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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Assassinatos avançam em pequenas cidades

Antônio de Picolli/Divulgação

Abatiá - Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada no fim de dezembro, apontou que a taxa de homicídios nas cidades pequenas cresceu 52,2% entre os anos 2000 e 2010, no País. Ao mesmo tempo, nas cidades grandes, houve uma queda de 26,9%. Segundo o coordenador da pesquisa, Daniel Cerqueira, o estudo permitiu identificar claramente uma interiorização do crime no Brasil. No Norte Pioneiro, o ano começou violento nas menores cidades, com populações em torno de 4 mil habitantes, e deve engrossar a próxima estatística. 

Os primeiros homicídios do ano na região foram registrados longe do agito das cidades mais populosas. Três pessoas foram brutalmente assassinadas, duas a facadas, no último sábado, em Abatiá e Conselheiro Mairinck, e uma no dia 7 de janeiro, com um tiro na cabeça, em Guapirama. No último dia do ano passado, mais uma vítima da violência: o corpo de uma mulher foi encontrado em Jundiaí do Sul. Os crimes chocaram os moradores acostumados à vida pacata. 

Em Conselheiro Mairinck, a vítima foi Luciana Aparecida Gonçalves, de 21 anos. Ela foi assassinada com cerca de 20 facadas na casa onde morava, na Rua Bela Vista, centro da cidade. O corpo foi encontrado por um pedreiro pela manhã. A polícia acredita que o companheiro da mulher, Paulo Sérgio da Silva, seja o principal suspeito. Ele não foi encontrado desde o dia do crime. Amigos contaram que eles estavam juntos havia seis meses. 

Na mesma madrugada, Edvaldo Carvalho, de 32, foi morto com cinco facadas em uma briga de bar em Abatiá. De acordo com testemunhas, Carvalho estava no bar na Avenida João Carvalho de Melo, em frente à rodoviária, quando sete jovens desceram de um veículo GM Monza e começaram uma briga com as pessoas que estavam no bar. Em meio à confusão, ele foi golpeado no coração e não resistiu. Um suspeito foi identificado e prometeu se entregar à Justiça na manhã de hoje. 

Em Guapirama, município vizinho, a Polícia Civil investiga o assassinato de Vanderli Souta, de 42. Ela foi morta na manhã do dia 7 com um tiro na cabeça no sítio Pedra de Fogo, no bairro Serraria Queimada, a cerca de três quilômetros da rodovia PR-218. Segundo o delegado Rubens José Perez, a mulher estava na cozinha e, ao atender a janela, foi alvejada. Policiais encontraram uma cápsula de munição calibre 765 próximo ao corpo. 

Na segunda-feira, a polícia prendeu um suspeito de matar Érica Gabriela da Silva Costa, de 23, em Jundiaí do Sul. Willian Cruz, de 26, é acusado de ter matado Érica por asfixia e espancamento. O crime ocorreu na madrugada do dia 22 de dezembro e o corpo foi encontrado no dia 31 de dezembro, em uma plantação de soja próxima ao bairro rural Matida, em Jundiaí do Sul. Ela havia saído para um baile, na última vez que foi vista. Cruz é pedreiro, amigo dos irmãos da vítima e possui passagens pela polícia por estupro de vulnerável, furto, roubo, ameaça e desacato. 

Falta policiamento
Com exceção de Abatiá, que tem 7,8 mil habitantes, os outros três municípios têm população entre 3,4 mil a 3,9 mil habitantes. Os moradores contam basicamente com os serviços da Polícia Militar, com efetivo ainda reduzido, apesar de melhorias nos últimos anos. A presença da Polícia Civil nestes municípios é precária ou inexistente. Delegados, apenas nas cidades sedes de comarcas, ou nem isto. 

Jundiaí do Sul e Abatiá, por exemplo, integram a comarca de Ribeirão do Pinhal, que está sem delegado há nove meses. Neste período, o delegado de Santo Antônio da Platina, Tristão Borborema de Carvalho, responde cumulativamente pelo cargo. Com o grande volume de inquéritos na 38ª Delegacia Regional de Santo Antônio da Platina, segundo município mais populoso do Norte Pioneiro, as investigações de crimes menos graves ficam prejudicadas na comarca vizinha. 

As autoridades explicam que, ao contrário do tráfico de drogas e roubos, o crime de homicídio é imprevisível e de difícil prevenção. Para o delegado de Ibaiti, Pedro Dini Neto, um dado importante que deve ser ressaltado é que os homicídios não têm um único motivo. "São casos isolados, passionais, brigas. Felizmente não temos nestas cidades uma leva de mortes ligadas ao tráfico de drogas, por exemplo". Segundo ele, 90% dos crimes foram solucionados. "A resposta ao homicídio é a punição ao culpado, que deve ser feita com rapidez". (Com Agência Brasil). 


Fonte Folha de Londrina
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