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quarta-feira, 17 de julho de 2013

Economia

Preço da carne bovina cresceu 150% no País em dez anos

Marcos Zanutto/02-04-2013

Para que a pecuária brasileira continue crescendo e conquistando o mercado mundial, o investimento em tecnologia e produtividade é essencial. A recomendação é antiga, mas colocar a estratégia em prática não é fácil para a cadeia, que em alguns estados – como é o caso do Paraná - perde espaço ano após ano para a produção de grãos como soja e milho. Esta foi uma das discussões em que os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, participaram durante a 11ª Conferência de Ovinos e Bovinos do Agri Benchmark, em York, na Inglaterra. O evento apresentou números interessantes sobre a cadeia em todo o globo. 

Segundo a analista de mercado da Esalq/USP Mariane Crespolini dos Santos, que participou do evento, na última década, o preço da carne bovina teve aumentos consideráveis, principalmente nos países em desenvolvimento. No Brasil e na Argentina, por exemplo, as altas chegaram a 150%, enquanto que na China atingiram 400%. "Esta alta aconteceu em todos os países, mas no Brasil o crescimento populacional juntamente com a renda foi significativo para atingir tal percentual. Uma família, por exemplo, que incrementou sua renda em R$ 50 vai optar por comer mais carne do que outros alimentos como arroz ou feijão", explica ela. 

Os custos de produção também sofreram elevação, mas em menor variação. No Brasil e na Argentina, segundo os pesquisadores do Cepea, o crescimento foi de 100% entre 2005 e 2012. Em países desenvolvidos, como Alemanha, Itália e Reino Unido, o encarecimento da produção fechou entre 10% e 20%. Austrália e Estados Unidos registraram aumento de 30% e 50%, respectivamente. "O custo está relacionado diretamente com o mercado aquecido. No Brasil, o impacto da crise econômica de 2008 foi menor num primeiro momento. Em 2010, este custo acabou batendo recorde", justifica Mariane. 

Apesar da alta significativa, o custo de produção da carne brasileira ainda é muito competitivo. No ano, o custo de produzir 100 quilos de carcaça na China foi quase três vezes superior ao do Brasil. Na Europa, duas vezes maior e nos Estados Unidos, uma vez e meia. Porém, essa vantagem vem diminuindo, sinalização evidente de que é preciso elevar a produtividade do segmento "dentro da porteira". "A pecuária não pode abrir mais áreas e está concorrendo com outras culturas que passam por um grande momento. Por isso, a cadeia pecuária precisa olhar com atenção para esta lacuna de produtividade." 

Segundo levantamentos do Cepea em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), propriedades típicas dos cinco sistema produtivo da pecuária nacional – cria, cria-recria, recria-engorda, ciclo completo e engorda –, em 13 estados incluídos na pesquisa, mostram que a taxa de lotação vai de 0,48 Unidade Animal - 450 kg peso vivo - por hectare (UA/ha), no Pará, a 2,98 UA/ha, em São Paulo. De acordo com os pesquisadores da entidade, se as fazendas brasileiras tivessem, em média, 1 UA/ha, a produtividade aumentaria em 28%. Se a média chegasse a 1,5 UA/ha, o acréscimo seria de 88% e, no caso de atingir 2 UA/ha, o avanço seria de 149%.

Fonte: Folha de Londrina
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